A epidemia da solidão

Estatísticas recentes indicam que a população está cada vez mais solitária, principalmente na faixa etária dos 18 aos 22 anos, que corresponde normalmente ao início dos desafios da idade adulta.

Nos Estados Unidos, “a epidemia da solidão” já afeta milhares de indivíduos, trazendo consequências que prejudicam seriamente a saúde física e mental. Como principais complicações, podemos citar: maiores riscos para ansiedade, demência, doenças cardíacas, complicações neurodegenerativas e diabetes.

Para piorar ainda mais a situação, a falta de conexões sociais saudáveis aumentam em 50% as chances de morte precoce – das mais variadas causas. Assim, evitar a epidemia da solidão é um grande passo para garantir qualidade de vida e longevidade para as próximas gerações.

 

A solidão gera altos custos de assistência médica

Problemas associados com a saúde mental custaram trilhões de dólares para o mundo somente no ano de 2010. Com essa estatística, já percebemos que as questões emocionais e mentais podem custar muito caro para a economia global. 

Dentro da lista de complicações que mais geram gastos, temos a ansiedade, a depressão e a solidão. Geralmente as condições surgem como resposta à rápida taxa de mudança da sociedade, incertezas da vida e o estresse psicológico gerado por toda a rotina frenética. Como a problemática já vem afetando seriamente o setor político e econômico, estratégias devem ser implementadas a nível mundial.

 

Por que existe tanta solidão?

Estudiosos descobriram que dentre todas as causas possíveis para os quadros de ansiedade e depressão, a mínima porcentagem delas está relacionada com genética. Nossos hábitos e a maneira com que levamos a vida guarda muito mais relação com essas problemáticas mentais do que podemos imaginar. Assim, entender o que causa o sofrimento para cada pessoa é essencial, pensando em estratégias individualizadas para vencer a solidão, o estresse patológico e complicações associadas. 

Além do estilo de vida, pesquisadores relatam que a falta do senso de comunidade interfere muito no nível de solidão mundial. Antigamente, vivíamos em tribos e trabalhávamos em grupo. Hoje em dia, a vida mais solitária e sem verdadeiros amigos é responsável por trazer efeitos nocivos à saúde mental. 

 

E como vencer esse problema?

Para lidar com a situação, o médico britânico Sam Everington resolveu reunir uma comunidade com pacientes ansiosos e depressivos para praticar jardinagem. Os pacientes começaram a se ajudar e formar um laço com resultados muito positivos. A jardinagem em grupo se mostrou mais efetiva do que antidepressivos, provando que os relacionamentos podem fazer milagres para o emocional. Assim, mesmo em um mundo tão rico em tecnologia, as conexões humanas são essenciais e não devem ser ignoradas. 

 

O paradoxo entre relações e tecnologia

Atualmente, o paradoxo entre as relações humanas e a tecnologia está cada vez mais complexo. Como é possível ficar sozinho em um mundo que está 24 horas conectado e cheio de amigos virtuais? A questão é que quando as mídias sociais chegaram, já havíamos perdido nosso senso de comunidade e não conseguimos nos adaptar ao novo estilo.  Desta maneira, é necessário restaurar o “senso de tribo” para então poder aproveitar todos os benefícios da conexão online, de acordo com os dados obtidos por Sam Everington. 

 

Existe conexão entre felicidade e bens materiais?

Além da tecnologia ter tomado conta, a sociedade atual conta com o materialismo e o consumismo como formas de distração para as relações humanas. Quem é que não se sente confortável e seguro quando possui todos os bens materiais que pensa que precisa? Pesquisas do professor Tim Kasser mostram que quanto maior a motivação pessoal por dinheiro e status, maiores as probabilidades para sofrer depressão.

Desta forma, o excesso de bens materiais acaba sucumbindo às necessidades psicológicas, e é necessário repensar a maneira com que encaramos a vida para minimizar os problemas. Pense se você realmente PRECISA de algo antes de comprar. Apesar de parecer clichê, esse tipo de ação se mostrou bastante efetiva para que pessoas que estavam sofrendo vissem o que realmente precisavam na vida. Nesses casos, a mudança de valores é essencial para evitar que o dinheiro leve à solidão e infelicidade.

Para ajudar nessa trajetória, é possível contar com o movimento minimalista. A partir dos princípios do minimalismo, passamos a encarar a vida de maneira mais simples, entendendo que não precisamos de coisas supérfluas para ser feliz.

 

Como vencer a solidão?

Para te ajudar a superar a solidão e os problemas envolvidos com a saúde mental, trouxemos algumas dicas!

 

  • Tenha uma tribo

 

Faça parte de alguma comunidade e encontre pessoas! Sejam elas velhos amigos, vizinhos ou familiares. Se você não tiver conhecidos próximos, considere procurar um clube ou local para encontros locais, se engajando com alguma tribo que lhe desperte interesse.

 

  • Desenvolva novas habilidades

 

Manter a cabeça ocupada com novos desafios nos livra de vários problemas. Que tal se matricular para um curso novo? Aprender um novo idioma? Ou se dedicar a um esporte diferente? Reinvente-se!

 

  • Abandone as redes sociais por um tempo

 

Talvez seja bom dar uma “arejada” e deixar de lado as mídias sociais. Pesquisas mostram que o bem estar pode ser fortemente afetado por tais redes, principalmente quando a “comparação com os outros” entra em cena. Por isso, vale a pena dar um tempo para si mesmo!

 

  • Converse com estranhos

 

Apesar de pensar que esse conselho é besteira, conversar com estranhos pode ser um desafio valioso – deixando de lado a solidão e abrindo as portas para novas conexões. Por que não tentar?

 

  • Fique perto de quem lhe faz bem

 

Cultivar relacionamentos tóxicos não irá te ajudar a superar os problemas. Fique próximo de pessoas que te querem bem e que emanam energias positivas. Os resultados tendem a ser incríveis para a qualidade de vida mental, acredite!

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Autor

Instituto Ortomolecular

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