Embora seja uma fruta extremamente nutritiva, o Brasil deixa a desejar na ingestão do Abacate. Isso porque segundo o IBGE, o abacate encontra-se em 12º lugar na lista de consumo de frutas pelos brasileiros. Seja por sua disponibilidade comercial ou pela preferência popular, de acordo com as pesquisas, a ingestão per capita anual no Brasil fica um pouco acima de 300 gramas. Tendo em vista que cada indivíduo nos EUA e no México chegam a consumir de 5 a 8 quilos de abacate por ano, nesses países a ingestão da fruta conta ainda com o apelo cultural.
O Brasil não é um grande produtor de abacate, ocupando o 8º lugar na tabela mundial e representando apenas 3,2%. Enquanto isso, o México, encontra-se por anos na primeira posição representando 34% da produção mundial.
Acredita-se que o surgimento desse alimento tenha ocorrido nas Américas. Por volta de 1520 o abacate já era conhecido na Colômbia. Já no México, ele chegou entre 1530 e 1550. No Brasil, a fruta foi introduzida oficialmente em 1893, quando as primeiras sementes da raça Antilhana foram fornecidas diretamente da Guiana Francesa. O cultivo iniciou-se no século XIX, no estado de São Paulo, que hoje é o maior produtor do Brasil, representando pouco mais de 53% da produção nacional.
O abacate, fruto do abacateiro, pertence à família Lauraceae. Os cultivares mais comuns são o Avocado, Breda, Fortuna, Geada, Margarida, Ouro Verde e Quintal. Em geral, todos são híbridos das raças Mexicana, Antilhana e Guatemalteca.
Seja batido com leite ou temperado em receitas salgadas, o abacate é uma fruta que traz inúmeros benefícios a nossa saúde. Riquíssimo em gorduras boas, ele se compara em qualidade nutricional ao azeite de oliva. A maior parte do óleo de abacate é proveniente da sua polpa, diferente dos óleos vegetais mais comuns, que são derivados de sementes.
A cada 100 gramas de abacate encontramos cerca de 15 gramas de gorduras, 70% dela de origem monoinsaturada, entre elas o Ácido Oleico e o Ômega 6. Apesar dessa composição tornar a fruta extremamente calórica, o Ácido Oleico presente no abacate tem sido alvo de muitos estudos que o apontam como coadjuvante no tratamento de dislipidemias e na prevenção de doenças cardiovasculares. O consumo da fruta tende a diminuir o colesterol ruim (LDL) e aumentar os níveis do colesterol bom (HDL), atuando na melhora do perfil anti-inflamatório.
A quantidade de gorduras presente no abacate aumenta a absorção dos carotenoides, que atuam como antioxidantes através do combate a radicais livres. Essas substâncias lipossolúveis são precursoras da Vitamina A e estão presentes em alimentos como a abóbora, mamão e laranja. Associar a ingestão de abacate a esses alimentos colabora com a biodisponibilidade dos carotenoides, muito importantes na proteção das estruturas celulares e da visão.
As Vitaminas C e E também oferecem assistência aos danos oxidativos, dessa forma a fruta retarda o envelhecimento celular precoce e melhora o aspecto de cabelos, pele e unhas. A quantidade de fibras presentes nesse alimento chega a 7 gramas, o que colabora no funcionamento intestinal favorecendo a microbiota. Justamente pelo alto teor de fibras associado a gorduras, o abacate garante saciedade por um longo período.
Por ter uma quantidade reduzida de carboidratos em sua composição, a fruta apresenta baixa carga e índice glicêmico. Esses fatores estão relacionados à velocidade de digestão, de liberação e a quantidade de glicose provenientes de um alimento. Por esse motivo o abacate evita os picos de glicose, controlando os níveis de insulina e prevenindo doenças crônicas relacionadas ao metabolismo, como Diabetes.
O abacate é uns dos alimentos mais ricos em Glutationa. Uma unidade da fruta contém pouco mais de 60 mg. Essa substância, considerada um dos principais antioxidantes existentes, atua na diminuição dos níveis de cortisol, que se encontra aumentado em caso de estresse oxidativo.
No abacate também encontramos minerais essenciais como cobre, manganês, fósforo, potássio e zinco, além de Vitaminas do complexo B, Vitamina C e Vitamina A. Embora saudável, o abacate é uma fruta extremamente calórica, portanto seu consumo deve ser moderado.
Se inserido dentro de um programa nutricional equilibrado o abacate pode favorecer o emagrecimento. A ingestão de grandes quantidades de abacate pode causar náuseas e diarreia, justamente pela alta concentração de gorduras presente. O ideal é ingerir cerca de 100 gramas, de 2 a 3 vezes na semana.
É também uma fruta que exige atenção. Por permanecer madura por pouco tempo, a maior parte dos abacates é comercializada ainda verde e costuma levar de 3 a 5 dias para amadurecer. A partir daí sua duração é de no máximo 2 dias antes de apodrecer, o que torna a fruta de praticidade reduzida quando comparada a outras.
Entretanto, com os diversos benefícios que o abacate oferece, nada mais justo que o seu consumo seja estimulado. Seja através de uma deliciosa vitamina, saladas ou em receitas tradicionais da cozinha mexicana como a Guacamole, abacate na mesa é sempre sinônimo de saúde.