Alertas do corpo sobre deficiência nutricional

A correria em que vivemos muitas vezes nos impede de cozinhar nossos próprios alimentos. Não é novidade que uma grande parte das pessoas faça todas as refeições do dia em restaurantes ou peça através do delivery por falta de tempo. Mas será que estamos realmente alimentando nosso corpo ou apenas saciando a fome com qualquer tipo de comida?

Nosso organismo necessita, além dos macronutrientes, de água, vitaminas, minerais, fibras e probióticos para garantir o funcionamento de todos os órgãos com saúde e vitalidade. E engana-se quem acredita que só a escassez de alimentos é responsável pela deficiência nutricional. A redução do consumo de pratos tradicionais pelo aumento da jornada trabalhista com a consequente entrada de alimentos ultra processados nas residências são alguns dos fatores relacionados à carência de nutrientes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a má nutrição ou “fome oculta” afeta cerca de 2 milhões de pessoas no mundo atualmente. Acredita-se que até 2030 a deficiência nutricional deva atingir quase metade da população mundial. O baixo consumo de alimentos naturais como frutas, legumes e verduras são em parte os maiores responsáveis pelo quadro, porém nutricionistas alertam que a forma de preparo desses alimentos tem grande interferência na biodisponibilidade dos nutrientes.

Higienizar e consumir cru em saladas, por exemplo, é o que os profissionais da área indicam. Além disso, deve-se aproveitar todas as partes que forem possíveis do alimento como cascas, talos e sementes. Cozinhar, refogar e até mesmo processar no liquidificador pode favorecer a deterioração dos nutrientes. Dentre as carências nutricionais mais comuns está à deficiência de Ferro, um mineral importante na constituição das células vermelhas do sangue, que colabora ativamente no transporte de oxigênio. Os tipos de ferro são “ferro heme”, encontrado em carnes vermelhas e o “ferro não-heme”, comum em vegetais como o brócolis e espinafre. Vegetarianos, veganos, crianças em introdução alimentar e mulheres com hipermenorreia são as pessoas que mais comumente desenvolvem esse tipo de deficiência, conhecida como Anemia Ferropriva. Os sintomas mais comuns são fraqueza, fadiga, palidez da pele e mucosas, tontura e dores de cabeça.

A carência nutricional de Vitamina D também é muito frequente, acometendo cerca de 80% das pessoas que vivem fora da área rural ou litorânea, já que a principal fonte dessa vitamina é a exposição solar. De modo geral não tem sintomas específicos, porém em idosos pode aumentar as chances de desenvolver fraqueza óssea, enquanto em crianças pode ser responsável pelo raquitismo, tendo em vista que a Vitamina D tem papel crucial na absorção do cálcio pelos ossos. As principais fontes de Vitamina D através da alimentação são o atum, a sardinha e a gemas de ovo, porém a quantidade presente nesses alimentos é mínima. O ideal é tomar um banho de sol diariamente no período da manhã e realizar a suplementação, quando for necessário.

Outro tipo deficiência recorrente, principalmente em países subdesenvolvidos é a de Vitamina A, imprescindível para o bom funcionamento do sistema imunológico, saúde dos olhos e da pele. As fontes dessa vitamina são as carnes, fígado, ovos, peixes, abóbora, cenoura, manga, mamão e vegetais de folhas escuras como espinafre e couve. A cegueira por curtos períodos, principalmente à noite, pode ser um dos sinais de deficiência de Vitamina A, além do enfraquecimento de cabelos e unhas e gripes ou resfriados constantes. Intimamente ligada ao ferro, a Vitamina C colabora na absorção desse nutriente, estando presente em diversos alimentos como o limão, laranja, manga e abacaxi. É extremamente importante na regulação da coagulação sanguínea, no estímulo da produção de colágeno, além de combater os radicais livres por suas propriedades antioxidantes. Alguns sintomas ocasionados pela deficiência são fraqueza, sangramentos espontâneos na gengiva e nariz, hematomas e lentidão na cicatrização de feridas.

A deficiência de Iodo, responsável pelo bócio, aumento excessivo da glândula da tireoide, era considerado um problema de saúde pública no Brasil até que em 1953 a adição desse mineral ao sal de cozinha tornou-se obrigatória, o que reduziu drasticamente o surgimento de novos casos. As principais fontes de iodo são alimentos vindos do mar como camarão, peixe e algas. A banana e o ovo também contém uma pequena quantidade do nutriente. A obrigatoriedade da adição de iodo no sal, assim como o ácido fólico na farinha de trigo e de milho são alguns exemplos de medidas governamentais que visam o controle das carências nutricionais mais comuns na população.

Embora essas sejam alternativas eficazes, para manter esses níveis saudáveis é muito importante implantar uma alimentação variada na rotina e realizar exames de sangue periódicos, tendo em vista que existem fatores digestivos e até mesmo genéticos que podem estar relacionados à redução da absorção de nutrientes. A suplementação pode ser uma alternativa para o alívio de sintomas específicos ou durante períodos característicos como a gestação ou lactação, porém não deve ser considerada uma medida definitiva, a não ser que haja recomendação médica para tal.

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Autor

Instituto Ortomolecular

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