Extremamente nutritiva e de sabor agradável, a Alfafa, botanicamente conhecida como Medicago sativa, teve origem na Ásia Central com indícios que datam de 10.000 a 6.000 a.C.. A planta, considerada a forrageira mais antiga já conhecida, teve um papel essencial na alimentação dos animais para o avanço das civilizações. Por esse motivo, os registros da origem do seu nome em inúmeras culturas vêm da sua primeira finalidade, alimentar os animais. Na Pérsia, era chamada de aspo-asti ou “comida de cavalo”, já na Arábia era conhecida como al-fasfasa, “poder do cavalo”.
A Alfafa é uma leguminosa perene que pertence à família Leguminosae, bastante adaptável a diferentes climas e solo, por esse motivo, o cultivo da planta é difundido em diversos países. Atualmente, os Estados Unidos e a Argentina são os maiores produtores mundiais de Alfafa. No Brasil, ela é cultivada principalmente no Rio Grande do Sul.
Na alimentação animal, o valor nutritivo da Alfafa é um dos grandes diferenciais. Rica em proteína, cálcio e fósforo, o alimento apresenta qualidade superior quando comparado a outros comumente implantados em criações como milho, cana-de-açúcar e capim-elefante. Sua palatabilidade é tão elevada que é comum observar o aumento da produtividade de vacas leiteiras ao introduzi-la na rotina alimentar desses animais.
Na alimentação humana a Alfafa surgiu recentemente, sendo um tanto incomum encontrá-la para venda no dia a dia. Em feiras livres, principalmente orgânicas, a planta é comercializada ainda no vaso ou higienizada em pequenos saquinhos ventilados. Ela é consumida em forma de pequenos brotos, enriquecendo os pratos com sua beleza e agregando valor nutricional às refeições.
Inserir Alfafa na alimentação diária pode trazer inúmeros benefícios à saúde. Rica em vitaminas A, D, E, K, além do Complexo B, a planta é um incrível alimento para consumir nas refeições principais, juntamente a carnes e legumes. Ela possui diversos minerais como potássio, ferro, fósforo e magnésio, auxiliando na homeostasia do organismo com relação ao controle hídrico e na manutenção da pressão arterial.
Os antioxidantes presentes na Alfafa atuam no combate aos radicais livres, impedindo a oxidação celular e o desenvolvimento de doenças relacionadas ao aumento tecidual desordenado. Com alta concentração de fibras e proteínas, a Alfafa pode auxiliar no controle dos níveis de glicose, prevenindo à resistência a insulina, responsável pelo Diabetes tipo II. Pode ser utilizada também na alimentação de pessoas com dislipidemias, visando reduzir os níveis de LDL (colesterol ruim).
A Vitamina C presente na leguminosa é capaz de aumentar a absorção do ferro proveniente da dieta quando consumidos na mesma refeição, dessa forma, a Alfafa colabora no aumento dos níveis desse mineral na corrente sanguínea e na redução dos sintomas da anemia ferropriva.
Por sua capacidade diurética, a ingestão recorrente de Alfafa acelera o funcionamento renal, reduzindo a retenção de líquidos corporais e a sensação de inchaço, além de prevenir a formação de cálculos renais. Por conter sílica, a Alfafa pode auxiliar no crescimento capilar, fortalecendo folículos e melhorando a circulação no couro cabeludo.
Sua alta concentração de Clorofila promove um efeito desintoxicante no organismo, melhorando a aparência na pele, das unhas, globo ocular, além de aumentar a energia e a disposição. A Vitamina A presente na Alfafa proporciona mais elasticidade e viço à pele, auxiliando no controle da oleosidade natural ou ressecamento exacerbado.
No emagrecimento, a Alfafa pode ajudar a combater a ansiedade e a regular os mecanismos de fome e saciedade pelos hormônios Grelina e Leptina. Aliada a uma boa ingestão de líquidos, o consumo desse alimento melhora o funcionamento intestinal, fortalecendo as células de defesa e a sensação de bem estar.
A forma mais comum de consumir Alfafa é juntamente a saladas e sanduíches. Por conter uma grande quantidade de água, o alimento tende a durar pouco, sendo assim, muitas pessoas optam por manter a planta viva em um vaso, colhendo diariamente os brotos que for utilizar, entretanto, armazenada corretamente sem a presença de umidade excessiva, a Alfafa pode manter suas características por cerca de 5 dias.
Não existem efeitos colaterais expressivos relacionados ao consumo do alimento, apesar de profissionais recomendarem que pessoas com qualquer doença autoimune evitem o consumo. Pessoas que fazem uso de medicamentos anticoagulantes devem consultar o médico responsável pelo seu acompanhamento quanto à ingestão, pois o consumo de Alfafa pode alterar levemente a viscosidade sanguínea, influenciando na pressão arterial.
Por proporcionar uma interessante apresentação às refeições, a Alfafa é bem aceita por crianças e adultos. É um alimento nutritivo e funcional, que oferece inúmeros benefícios à saúde, com baixo custo, textura e sabor extremamente agradáveis.