A Apiterapia, recentemente incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS), é um tipo de terapia alternativa que utiliza produtos derivados das abelhas como o mel, pólen, própolis, geleia real, cera e até mesmo o veneno, conhecido como Apitoxina, para promover a saúde através do estímulo da defesa imunológica do organismo.
A introdução desses produtos visando suas propriedades terapêuticas é milenar. Existem relatos do uso de produtos vindos das abelhas a cerca de 5.000 anos principalmente pelas culturas chinesa, egípcia e grega. Hipócrates, pai da medicina, já utilizava a Apitoxina em 560 a.C., nomeada por ele como Arcanum, como tratamento para diversas enfermidades, mas foi no século XIX através das pesquisas do médico austríaco Philip Terc que a Apiterapia ficou mais conhecida.
Após sofrer inúmeras picadas de abelha em seu jardim, o médico observou que suas dores articulares haviam desaparecido. Seus experimentos com pequenos grupos ocorreram por volta de 1878 e mesmo com resultados promissores, que representavam 85% dos casos, não foram aprovados pela comunidade médica da Universidade de Viena.
Anos depois e com o avanço das pesquisas na área, a Apiterapia tem atraído muitas pessoas em busca de tratamentos naturais para dores geradas pela artrite, artrose e tendinites, inflamações com acometimento muscular e respiratório, alergias e até mesmo na Esclerose Múltipla. Já nos Estados Unidos, a Apiterapia ficou mais conhecida como um redutor dos níveis de estresse e ansiedade, proporcionando o alívio dos sintomas da depressão e trazendo bem estar.
De fato, a introdução dos produtos provenientes das abelhas na alimentação humana, comuns atualmente, apresentam benefícios incontestáveis. Aliado eficaz no aumento da imunidade, o Mel já é conhecido como um superalimento antioxidante com função prebiótica. A ação bactericida e de combate aos radicais livres do Própolis, assim como o aumento do vigor e da energia através do consumo da Geleia Real são alguns exemplos do quanto as abelhas tem a oferecer à nossa saúde.
A Apitoxina tem sido o destaque dos produtos utilizados na Apiterapia. Apesar de ser extremamente assustador para muitos, a introdução do veneno de abelha no organismo pode promover respostas imunológicas efetivas que visem à redução da inflamação em doenças crônicas. Acredita-se que a Melitina seja a responsável por essa propriedade. A toxina encontrada no veneno tem grande potencial anti-inflamatório e tem sido utilizada em larga escala na indústria de cosméticos por estimular colágeno e elastina na pele.
Existem diversas formas de introduzir o veneno de abelha na realização da Apiterapia. Através do processamento da Apitoxina em laboratórios credenciados, o produto pode ser transformado em creme, gel ou em uma solução injetável. Na aplicação tópica a absorção pode ser prejudicada, por isso as formas de administração mais indicadas são a subcutânea e sublingual com agulha hipodérmica ou ainda a utilização do próprio inseto para que a picada inocule o veneno na área afetada.
Nesse caso, é feita uma compressa fria anestésica, seguida da aplicação do ferrão pelo inseto, segurando-o com uma pinça.
Em cerca de uma hora após o procedimento ocorre a morte da abelha, já que juntamente ao ferrão é liberada boa parte do seu intestino, enquanto as soluções injetáveis são feitas a partir da captação do veneno por apicultores em um coletor apropriado que estimula a sua liberação através da geração de pulsos elétrico, entendidos pelas abelhas como uma ameaça a colônia.
A diferença entre as duas técnicas de administração é a concentração do veneno, muito maior através da aplicação direta por não conter solução diluente. A frequência das sessões e até mesmo a permanência do ferrão na pele são fatores avaliados de acordo com o caso de cada paciente pelo Apiterapeuta. O tratamento pode durar em média 3 meses e variar de 1 a 35 picadas por semana, sendo que cada picada pode conter até 0,3 mg de veneno.
O mecanismo de ação da Apitoxina no organismo está relacionado ao aumento das respostas imunológicas através da liberação de histamina e células do sistema imune, da produção de endorfina que proporciona efeito analgésico e da indução de corticoides endógenos que combatem a inflamação. Em 24 horas já é possível notar melhoria nos sintomas, porém é comum apresentar febre baixa e sintomas de gripe nos períodos que sucedem a inoculação.
Apesar dos efeitos colaterais serem raros o Conselho Federal de Medicina critica o uso da Apiterapia e da introdução da mesma na lista de terapias alternativas do SUS. O órgão alerta que faltam estudos científicos embasados que comprovem a eficácia e que podem ocorrer reações inesperadas que não necessariamente dependem de alergia pré-existente, como no caso do ator escocês Gerard Butler, que precisou ser hospitalizado ao se submeter ao tratamento, e do caso publicado em 2018 na revista científica “Jornal de Alergologia e Imunologia Clínica Investigativa”, sobre uma mulher de 55 anos na Espanha que morreu após uma sessão de Apiterapia por choque anafilático, mesmo após se submeter por dois anos de tratamento contínuo sem apresentar reações.
Segundo a Sociedade Brasileira de Apiterapeutas, apenas gestantes, pessoas que apresentam alergia ao veneno de abelha, com acometimento renal ou hepático, úlceras, câncer ou doenças cardiovasculares não devem realizar o procedimento.
Além dos cuidados necessários como uma estrutura adequada para atender o paciente em casos de emergência, principal agravante na morte da espanhola em 2018, as clínicas de Apiterapia precisam realizar um teste de tolerância que tornem a administração da Apitoxina mais segura.
O que há de pesquisas sobre o uso do pólen? Qual é a quantidade diária a ser consumido, caso seu consumo seja saudável à pessoa?
Olá Marisa, grande satisfação em ter seu comentário aqui! Nossa equipe de Website e Mídias Sociais não tem as informações sobre o pólen, mas você já leu nossa matéria sobre o Própolis e a Geleia Real? Vale a pena dar uma olhada e conhecer mais todos os benefícios que os produtos das abelhas podem oferecer à nossa saúde! Segue link para os posts:
https://institutoortomolecular.com/propolis/
https://institutoortomolecular.com/geleia-real/