A Ashwagandha, também conhecida como Ginseng Indiano, é uma planta originária da Índia utilizada a mais de 4.000 anos na medicina Ayurvédica. Seus benefícios estão associados a sua característica adaptógena, que a torna uma espécie de tônico capaz de promover a homeostasia através do aumento da resistência a diferentes tipos de estresse, clima ou esforço físico e mental.
Cientificamente a Ashwagandha é chamada de Whitania somnifera e é pertencente à família das Solanaceas, a mesma do tomate, batata e tabaco. Geralmente cultivada em regiões secas, a planta apresenta-se como um arbusto de pequeno porte, que atinge até 70 cm de altura, com folhas verdes pálidas e flores amarelo-esverdeadas que se abrem ao gerar frutos ou bagas de cor vermelha. Os princípios ativos encontram-se principalmente nas raízes, que no ano seguinte ao plantio já podem ser colhidas e cortadas. As bagas da planta também costumam ser utilizadas para fins medicinais.
Os benefícios da Ashwagandha sempre despertaram interesse na indústria farmacêutica. Atualmente existem cerca de 60 estudos já publicados relacionados aos seus componentes químicos e mecanismos de ação exercidos no organismo. O principal alvo das pesquisas são os Alcaloides e os Withanólides, encontrados em grande quantidade em suas raízes.
Os Withanólides agem como antioxidantes, combatendo os radicais livres. Em um estudo envolvendo animais com câncer de pele induzido, o extrato das raízes de Ashwagandha foi determinante para o tamanho e para a incidência das lesões epidérmicas. O grupo controle, que não recebeu o extrato da planta apresentou lesões mais desenvolvidas tanto em extensão, quanto em número. Acredita-se que os Withanólides estejam igualmente relacionados na produção e na regulação da síntese protéica. Por inibir a divisão celular de células tumorais e aprimorar os sistemas de defesa do organismo, esses compostos atuam como anticancerígenos.
Os efeitos neuroprotetores da Ashwagandha são notáveis. Pesquisas realizadas a partir dos anos 2000 demonstraram resultados promissores em animais e também em humanos. A introdução do extrato da planta em camundongos com grande parte das células neurais em degeneração por estresse oxidativo apresentou resultados positivos em 80% dos casos. Estudos em pacientes com doenças neurodegenerativas como Alzheimer comprovaram que a planta pode colaborar na regressão do quadro, reestabelecendo conexões cerebrais até então perdidas.
Também nos anos 2000, no Departamento de Farmacologia da Universidade do Texas, as propriedades calmantes da Ashwagandha foram elucidadas. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a planta realiza no sistema nervoso central uma atividade semelhante a um importante neurotransmissor inibitório conhecido como GABA (ácido amino gama butírico), responsável pela diminuição da atividade neural. Dessa forma, a administração de Ashwagandha pode proporcionar uma melhora na qualidade do sono, redução nos níveis de ansiedade e estresse.
Sua utilização como afrodisíaco não tem relação específica com o desempenho sexual, mas sim com o aumento da produção de glóbulos vermelhos e consequentemente da disposição e vitalidade. Além disso, essa propriedade colabora no aspecto dos cabelos e das unhas, na redução dos níveis de colesterol e na vascularização dos tecidos, de modo geral.
A melhora das respostas imunológicas se dá através do aumento do número de células de defesa na corrente sanguínea e da especialização refinada desse sistema que atua impedindo a entrada de microrganismos invasores.
Tem sido comum encontrar o extrato da planta em suplementos de formulação variada como revitalizantes naturais para idosos ou manipulados indicados para pessoas que sofrem com distúrbios do sono, ansiedade, depressão ou compulsão alimentar. A administração da Ashwagandha geralmente ocorre em cápsulas ou através da ingestão do extrato alcoólico das raízes. Pode ser realizada ainda a infusão direta e o consumo da planta como um chá. Como suplemento, as doses recomendadas podem variar de 300mg a 1gr por dia, dependendo da indicação.
Os efeitos colaterais relacionados à Ashwagandha são raros. Acredita-se que possa aumentar os níveis hormonais relacionados à glândula da tireoide, porém essa relação ainda não foi identificada. Gestantes, lactantes e crianças devem evitar o consumo, assim como pessoas que apresentem deficiência no funcionamento renal e hepático. Por seus efeitos calmantes a planta pode reduzir a pressão arterial em hipotensos e interferir em medicamentos que visem essa finalidade.
Embora seja pouco utilizada no Brasil, a suplementação com Ashwagandha é uma alternativa eficaz e natural para adultos e idosos que desejam ter mais qualidade de vida e longevidade, melhorando o desempenho físico, reduzindo a fadiga e o cansaço, combatendo o envelhecimento precoce e evitando doenças neurodegenerativas.