A ansiedade é descrita na literatura como uma sensação de apreensão, um sentimento constante de alerta frente a uma ameaça futura incerta. Diretamente ligado a nossas reações naturais de preservação da vida, esse sentimento, assim como o medo, faz com que atitudes de prevenção sejam tomadas para evitar riscos. Apesar de gerar prejuízos a saúde mental quando em excesso, a ansiedade é um mecanismo de defesa do nosso organismo. Porém quando ela se torna um limitador das tarefas diárias é necessário que haja mais atenção.
Em aspectos neurobiológicos, a ansiedade ocorre devido a uma hiperativação de áreas primitivas do cérebro, principalmente a amígdala cerebral e o hipocampo. Esse estímulo excessivo, somado a baixos níveis de serotonina faz com que as zonas frontais do cérebro tenham dificuldade em inibir as regiões primitivas. Os sintomas mais comuns que podem surgir são a insônia, falta de atenção, alterações de humor, taquicardia, dificuldade em relaxar e impaciência.
Embora o uso de medicamentos pareça provável, existem diversas maneiras não medicamentosas de colaborar com a diminuição da ansiedade. Praticar exercícios físicos, yoga, técnicas de respiração e relaxamento proporcionam uma melhora significativa dos sintomas. A terapia cognitiva comportamental é um tipo de terapia que tem demonstrado bons resultados em quadros ansiosos. Ela pode colaborar no reconhecimento de situações que gerem ansiedade e trabalhar estratégias para lidar com esses sentimentos de uma forma mais adequada.
O intestino também pode ser um grande aliado na redução dos sintomas de ansiedade. Isso porque 95% dos receptores de serotonina encontram-se nesse órgão. A ingestão de água em abundância, a diminuição do consumo de cafeína e bebidas energéticas e a introdução de alguns alimentos específicos podem colaborar com o processo. Alimentos ricos em magnésio e zinco como o espinafre, oleaginosas e a gema de ovo são alguns exemplos. O consumo de probióticos como o kefir, kombucha e outras bebidas que sejam ricas em lactobacilos tendem a melhorar a absorção intestinal. É recomendado que o álcool seja evitado, pois apesar de diminuir a ansiedade momentaneamente por deprimir o sistema nervoso, tem efeito rebote principalmente no dia seguinte, desencadeando crises.
Todas essas medidas tendem a responder de forma lenta. Caso isso não aconteça ou caso existam sintomas muito intensos que possam impactar negativamente na rotina, medicações poderão ser associadas. Muitas delas atuam como anestésicos, adormecendo as zonas primitivas do cérebro, causando dependência e efeitos colaterais. Exatamente por esse motivo o plano de introdução de medicamentos deve ser claro, específico e acompanhado por um profissional qualificado nos tratamentos de ansiedade. Dessa forma há garantias de que um plano de ação personalizado com início, meio e fim será colocado em prática visando à saúde mental do indivíduo.