Cúrcuma: Um dos condimentos mais saudáveis e saborosos da culinária Indiana

A Cúrcuma, delicioso condimento amplamente utilizado na culinária, surgiu na Ásia, mais precisamente na Índia e Indonésia e logo se espalhou pelo mundo. A herbácea que pertence à família Zingiberaceae, a mesma do gengibre, passou a receber atenção de pesquisadores da área da saúde a alguns anos, devido a seus diversos efeitos medicinais e terapêuticos, tendo como destaque suas propriedades anticancerígenas.

A espécie mais utilizada é a Cúrcuma Longa, que tem características muito semelhantes ao gengibre e que de acordo com a região do país pode receber nomes distintos, entre eles Açafrão da Índia, Açafrão da Terra, Açafroa, Turmérico ou Gengibre Amarelo. 

Através dos tubérculos que contenham gemas, conhecidas como olhos, a planta se reproduz. O plantio é bastante simples, desde que sejam apresentadas condições favoráveis como solo adubado e clima ameno. É considerada uma planta eterna, que dificilmente pode ser destruída e que se propaga com facilidade. A colheita deve ser realizada quando as folhas e flores da planta secam, sinalizando o completo desenvolvimento do tubérculo, a porção de maior interesse. 

O componente bioativo mais poderoso da Cúrcuma é a curcumina, que está presente em maior quantidade em seu rizoma, a raiz horizontal que conhecemos como a Cúrcuma propriamente dita. Através desse tubérculo seco, o tempero em pó que é comumente comercializado é obtido. Após o processamento, ele ainda conserva de 2 a 5% da curcumina presente na planta.

Dentre os principais efeitos benéficos à saúde, podemos citar seus efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios. Por suas ações químicas específicas, a curcumina é capaz de atuar como aliada no tratamento de diversas doenças, como também pode combater algumas por si só. Devido a sua ação antioxidante a Cúrcuma age reduzindo a oxidação de moléculas de LDL (colesterol ruim) e o tamanho de trombos ou placas de ateroma já existentes nos vasos sanguíneos, prevenindo problemas cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio, trombose ou aterosclerose. 

A Cúrcuma contribui na melhoria de sintomas intestinais como alteração de permeabilidade, retocolite ulcerativa, doenças de Crohn e também auxilia na digestão e na absorção de nutrientes. Pode ainda reduzir a evolução dos quadros de Esclerose Múltipla, prevenir ou retardar processos neurodegenerativos de doenças como Alzheimer e Parkinson, auxiliar no controle de doenças de pele como psoríase e dermatites e reduzir a gravidade de doenças inflamatórias no fígado, pulmão e olhos.

Suas propriedades anticancerígenas ocorrem de diversas formas. Recentemente, estudos mostraram que a Cúrcuma é capaz de agir inibindo genes cancerígenos específicos, responsáveis pela proliferação celular desordenada, além da inibição ou retardo de processos tumorais já existentes. Estudos in vitro demonstraram que a curcumina é capaz de suprimir alguns tipos principais de células tumorais como carcinoma de mama, de cólon, de próstata, carcinoma basocelular, melanoma, leucemia mielógena aguda, leucemia de células T e alguns tipos de linfoma. Além de combater as células tumorais e do retardo nos processos inflamatórios e oxidativos diretamente relacionados ao crescimento tumoral, a curcumina é capaz de induzir apoptose, a morte organizada e ordenada de células defeituosas sem causar inflamação do meio. 

Os indianos consomem quantidades elevadas de curcumina devido a hábitos alimentares locais e tem o Curry, feito a base de Cúrcuma, como um de seus temperos mais utilizados. Acredita-se que esse seja um dos motivos para diversos estudos epidemiológicos terem demonstrado baixíssima incidência de câncer e doenças inflamatórias nessa população.

A Cúrcuma pode ser utilizada como tempero ou colorífico, tornando diversos pratos visualmente atrativos pela sua coloração única. Seu sabor característico enriquece as preparações. Pode ser utilizada no preparo de frango, carnes, peixes, ensopados e até mesmo de grãos como o arroz. A associação da Cúrcuma à Pimenta do Reino (Piper nigra) é uma estratégia interessante, pois aumenta consideravelmente a biodisponibilidade da curcumina, devido à ação da capsaicina presente na pimenta atuar impedindo a glucuronidação da substância. Atualmente muitas pessoas têm empregado a Cúrcuma no preparo do Golden Milk, leite de origem vegetal ou animal batido com o condimento.

Existem ainda suplementos em cápsulas que podem ser ingeridos para obter quantidades consideráveis de curcumina. As doses variam de acordo com os objetivos, idade e outros fatores individuais, mas de modo geral, consumir até 8 gramas em cápsulas não apresenta nenhum tipo de efeito colateral.

O consumo de Cúrcuma em grandes quantidades pode causar náuseas, diarreia, diminuição da coagulação sanguínea, contrações da vesícula biliar, dores no estômago, azia, hipoglicemia, aumento do fluxo menstrual e hipotensão arterial. A curcumina pode interferir na ação e na absorção de medicamentos anticoagulantes como aspirina ou anti-inflamatórios não-esteróides, por isso, seu consumo deve ser orientado e moderado caso ocorra o uso de medicamentos específicos. Gestantes devem evitar ingerir Cúrcuma, pelo aumento de contrações uterinas que podem ocorrer.

A existência de efeitos adversos, embora raros, podem estar diretamente relacionados a quantidades elevadas, principalmente quando não existe hábito de ingestão, por isso é recomendado que se inicie em pequenas doses.

Seja em pó ou in natura, a Cúrcuma é indispensável no dia a dia por trazer mais sabor e incríveis benefícios à saúde, de forma totalmente natural.

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Autor

Instituto Ortomolecular

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