Desde o seu surgimento, a Dieta Low Carb tem despertado o interesse de muitas pessoas que desejam emagrecer. Com foco na baixa ingestão de carboidratos, esse modelo de dieta ganhou fama, sobretudo pelos resultados rápidos e eficazes que proporciona a quem adere à estratégia.
Acredita-se que a primeira abordagem nutricional relacionada ao que hoje chamamos de Dieta Low Carb tenha surgido através dos estudos de observação do cardiologista Robert Atkins, o que levou a publicação do seu best seller “A Dieta Revolucionária do Dr. Atkins” em 1972. Entretanto, há registros de que a primeira prescrição baseada em Low Carb tenha ocorrido antes, por volta de 1863, pelo Dr. William Harvey.
Atualmente, os carboidratos representam cerca de 50% da alimentação das pessoas. Ao realizar a Dieta Low Carb a intenção não é cortar totalmente os carboidratos como muitos acreditam, e sim reduzir a ingestão diária para cerca de 20 a 25%, uma diferença bastante expressiva quando aplicada na prática.
O principal motivo que leva a redução de peso por meio da baixa ingestão de carboidratos é que por terem uma constituição simples, nosso organismo facilmente quebra esse macronutriente em moléculas de glicose e utiliza como fonte de energia rápida, porém quando ingerimos uma quantidade maior do que o necessário para realizar nossas atividades diárias, nosso organismo, através de um mecanismo de evolução especializado, estoca o excedente para utilizar em momentos de escassez, e é dessa forma que engordamos.
A baixa ingestão de carboidratos estimula com que o organismo busque no estoque a fonte de energia necessária para nos manter vivos. Através de um hormônio conhecido como Glucagon, nosso corpo realiza essa conversão, à medida que nota baixos níveis de glicose na corrente sanguínea, efeito oposto ao da Insulina.
Na Dieta Low Carb, carboidratos simples da rotina alimentar são completamente excluídos, entre eles o pão, refinados em geral, alimentos compostos por farinha de trigo, todos os tipos de açúcar, o arroz e o macarrão, por exemplo. As refeições devem priorizar alimentos com baixo índice glicêmico, ou seja, a velocidade de absorção pelo organismo deve ser lenta, o que garante o controle dos níveis de glicose e insulina, evitando picos, além da maior saciedade.
Baixo índice glicêmico não significa pobre em carboidratos. A associação de proteínas, gorduras e fibras ao carboidrato influencia diretamente na velocidade de digestão e na capacidade de elevar a glicose. Sendo assim, um alimento que contenha fibras como os legumes e os integrais ou que seja rico em gorduras de qualidade como as oleaginosas, terão uma menor capacidade de subir a glicose pela complexidade de suas moléculas, apesar dos carboidratos estarem presentes na composição.
Além da redução significativa de peso, pode-se dizer que os benefícios da Dieta Low Carb à saúde são inúmeros. O controle da fome através da ingestão de alimentos que geram maior saciedade e que tem digestão lenta reduzem consideravelmente os riscos de desenvolver diabetes. Através da liberação gradativa de glicose na corrente sanguínea, a sensibilidade dos receptores de insulina tende a aumentar, levando em consideração que a resistência a esse hormônio pelo excesso recorrente de glicose é um dos principais fatores que leva ao desenvolvimento de Diabetes Tipo 2.
A implantação de alimentos saudáveis e a exclusão de refinados e industrializados, ricos em carboidratos, vão garantir um menor risco no desenvolvimento da Síndrome Metabólica, um conjunto de fatores como alterações nos níveis de colesterol, obesidade, hipertensão e aumento da circunferência abdominal, associados a doenças cardiovasculares.
Embora muitas pessoas considerem a Dieta Low Carb uma estratégia sacrificante, é importante lembrar que os nutricionistas consideram que qualquer estratégia que foque em reduzir a ingestão de carboidratos que o indivíduo já consome no dia a dia pode ser considerada Low Carb. O grande erro da maioria das pessoas é o radicalismo. Começar com pequenas mudanças é o ideal para conseguir passar pelo período de adaptação sem grandes impactos.
É igualmente primordial definir se a Low Carb será utilizada como uma estratégia ou como um estilo de vida. Em ambos os casos a redução de carboidratos promove emagrecimento, o que muda é a intensidade de realização, que reflete diretamente na velocidade dos resultados. Quanto mais sustentável for esse processo mais simples será de mantê-lo.
A redução drástica de carboidratos pode ocasionar alguns sintomas como dores de cabeça, oscilações de humor, letargia e fadiga, por isso as medidas devem ser implantadas aos poucos, sempre incluindo legumes, frutas e integrais como alimentos de substituição ao que era consumido anteriormente.
A melhor forma de realizar uma Dieta Low Carb bem sucedida, assim como qualquer outra intervenção alimentar, é buscar o auxílio de um profissional que esclareça todas as dúvidas sobre o assunto e que atue adequando a dieta de acordo com a realidade de cada pessoa. Dessa forma, a Dieta Low Carb pode ser considerada uma maneira segura e eficiente de perder peso.