Fast-food diminui o tamanho de seu cérebro: Os riscos à saúde pelo excesso de alimentos industrializados

Apesar de visualmente atrativos e muito saborosos, os alimentos industrializados da modalidade Fast-Food podem ser extremamente prejudiciais à saúde, de acordo com a frequência de consumo. Pesquisas recentes revelam que além dos riscos no desenvolvimento de obesidade, doenças cardiovasculares e metabólicas como a Diabetes tipo II, a ingestão recorrente dessa categoria de alimentos pode prejudicar as atividades cerebrais e causar doenças neurodegenerativas a longo prazo.

Através da alimentação, nosso organismo retira a energia necessária para a manutenção de órgãos e sistemas. A comida que ingerimos é, portanto, uma fonte direta para o funcionamento correto do corpo. Ao disponibilizar “matéria-prima” de baixa qualidade, influenciamos diretamente na produção de neurotransmissores e moléculas relacionadas ao desempenho dos sistemas e do cérebro.

Grande parte dos estudos na neurociência têm se dedicado a observar o hipocampo e os acontecimentos relacionados à nutrição. Em uma pesquisa realizada na Universidade Nacional da Austrália publicada pela BMC Medicine, neurocientistas avaliaram a dieta de 255 pessoas durante 4 anos e observaram que pacientes que ingeriram grandes quantidades de gordura saturada, sal e açúcar durante esse período tiveram a região do hipocampo esquerdo, relacionada principalmente ao aprendizado e a memória, ligeiramente reduzida.

Em uma avaliação quantitativa chegou-se a conclusão que uma pessoa habituada a uma dieta pouco nutritiva e rica em gorduras inflamatórias, sódio e açúcar perde cerca de 8% do volume desse órgão anualmente, algo notável quando pensamos em uma vida inteira de hábitos alimentares ruins.

A pesquisa que teve como objetivo mostrar o quanto a alimentação pouco saudável pode influenciar na saúde mental, ressalta a nocividade da indústria dos Fast-Foods, tão presente no cotidiano atualmente. Com apelos de marketing intensos e crescimento voraz das principais redes, a introdução de alimentos industrializados tem ocorrido cada vez mais cedo na vida das pessoas.

De acordo com os estudos, com a perda da capacidade cognitiva e da memória, o surgimento de doenças neurodegenerativas têm maior probabilidade. O Alzheimer, Parkinson e até mesmo a depressão e ansiedade podem estar diretamente associadas à qualidade dos nutrientes oferecidos ao Sistema Nervoso Central durante a vida.

Com a oxidação, muitas estruturas precisam ser substituídas no nosso organismo, com o passar dos anos. Através do processo de diferenciação, novas células são desenvolvidas e podem ocupar o lugar de outras que já não apresentam pleno funcionamento. Em uma alimentação rica em Fast-Foods, a neurogênese, processo de reparo e substituição de células neurais, é completamente prejudicado, resultando em perda significativa de estruturas funcionais e atrofia.

As pessoas têm comido em maiores quantidades e com qualidade completamente inferior que há 50 anos, revela a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os números elevados de morte por síndromes metabólicas e doenças cardiovasculares são o reflexo dessa situação.

Os pesquisadores apontam que manter níveis razoáveis de glicose ao longo da vida é um dos fatores fundamentais para uma regulação do metabolismo dessa importante fonte de energia. A resistência à insulina causada pelo excesso de glicose na corrente sanguínea promove ativação de moléculas inflamatórias que afetam o funcionamento do sistema imunológico, a permeabilidade intestinal e consequentemente a absorção adequada de nutrientes.

Já o excesso de gorduras saturadas vem sendo associado à inflamação dos microgliócitos, células de defesa do Sistema Nervoso Central que de certa forma influenciam na regulação dos hormônios de fome e saciedade. Um ensaio realizado em camundongos comprovou que a inflamação dessas células em animais expostos a dietas ricas em gorduras atua nos níveis de Leptina e Grelina. Os camundongos modificados chegaram a ingerir cerca de 33% a mais de comida que outros animais e aumentaram em quatro vezes o seu peso.

De acordo com as pesquisas, quanto antes alimentos saudáveis forem introduzidos menores serão as chances do acometimento pela perda de massa e de capacidade responsiva cerebral. A realização de atividades físicas também foi considerada essencial para a manutenção da saúde, principalmente pela liberação de neurotransmissores do bem estar como a Serotonina, melhoria da resposta cardiovascular e pelo aumento do gasto energético.

Apesar de grande parte da população considerar praticamente impossível resistir aos Fast-Foods, a boa notícia é que sempre há por onde começar para reverter a rotina e alcançar qualidade de vida na terceira idade. A melhoria das escolhas alimentares e a realização de exercícios físicos diariamente podem reduzir em até 80% as chances de desenvolver doenças relacionadas ao declínio cognitivo em adultos de meia idade. 

A longevidade é uma conquista que resulta de um conjunto de ações ao longo da vida, sendo assim, é essencial dar o primeiro passo para um estilo de vida mais saudável, independente da idade, para que seja possível alcançá-la.

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Autor

Instituto Ortomolecular

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