Mapeamento de DNA: A prevenção de doenças genéticas ao seu alcance

Com o avanço das pesquisas relacionadas ao genoma humano, a ciência tem feito progressos importantes em questões genéticas, que até pouco tempo pareciam realizações extremamente distantes. Acredite, atualmente já é possível através de uma pequena quantidade de saliva detectar os riscos para o desenvolvimento de doenças visando preveni-las, averiguar a existência de genes recessivos e dominantes relacionados a doenças hereditárias em fetos e até mesmo verificar a biodisponibilidade do organismo a determinados medicamentos.

Afinal, quem não gostaria de saber se pode vir a desenvolver câncer, um dia? Através do mapeamento de DNA, os marcadores de variantes capazes de expressar células tumorais são identificados, determinando os riscos para que a doença ocorra, e o melhor, sem a necessidade de exames invasivos, nem mesmo de coleta de sangue.

A proposta de algumas das empresas americanas relacionadas a esse tipo de serviço é que o indivíduo receba o seu kit de coleta de saliva em casa e que após o processo, envie o material para que a empresa realize os exames. Através do DNA de células contidas na saliva humana, os pesquisadores conseguem isolar e detectar variantes cerca de 240 doenças como Degeneração Macular relacionada à idade (DMRI), doenças pulmonares e hepáticas, Câncer de Mama, Câncer de Ovário, Doença Celíaca, Hipercolesterolemia, Anemias de fundamento genético, Amiloidose Hereditária, Hemocromatose Hereditária, Trombofilia, Alzheimer, Parkinson e Câncer Colorretal. 

Através do teste genético para as variantes mais comuns relacionadas ao desenvolvimento de doenças específicas é possível definir se existe risco e qual a porcentagem em questão. Dessa forma, o trabalho de prevenção pode iniciar anteriormente ao surgimento da doença, caso seja possível tomar qualquer medida. Em muitos casos a simples mudança no estilo de vida tem potencial de reduzir drasticamente as chances de um indivíduo ser acometido. Para mulheres com casos na família de câncer de mama ou de ovário, por exemplo, o reconhecimento da variante BRCA1 e BRCA2 pode favorecer a tomada de decisões preventivas como a retirada das mamas e dos ovários. 

Em casais que desejam ter filhos, o mapeamento genético seguido do aconselhamento de um geneticista de confiança pode verificar e esclarecer a presença de genes recessivos ou dominantes, que quando associados podem resultar em expressões gênicas nos bebês por herança genética. Para mulheres que estejam realizando tratamentos in vitro para engravidar, a seleção de embriões por meio do mapeamento genético pode aumentar as chances do nascimento de bebês saudáveis.

Até mesmo a escolha do melhor medicamento, como os utilizados para depressão, torna-se mais simples com a aplicação dos testes de biodisponibilidade por DNA. Nesses casos, é muito comum que a reação do paciente ao medicamento seja um marcador utilizado para adequar o princípio ativo e as doses, o que expõe o indivíduo a longos períodos de adaptação e muitas vezes de desistência, após tentativas sucessivas. Com a ajuda dos testes genéticos, é feita a verificação dos medicamentos mais indicados para cada pessoa por meio de uma leitura no DNA, em que é possível determinar quais são os princípios metabolizados com maior precisão pelo organismo, e que consequentemente trarão os melhores resultados. Sendo assim, o paciente já inicia o processo com a medicação mais indicada para o seu caso.

Os valores que antes eram completamente inacessíveis já apresentam uma maior disponibilidade. Nos Estados Unidos, são encontradas clínicas que realizam o Mapeamento para genes específicos por 200 dólares, já no Brasil os valores podem variar de 2 a 13 mil reais.

Apesar dos avanços, todas as empresas que realizam o serviço deixam claro que o Mapeamento Genético não pode ser considerado um exame de saúde ou diagnóstico, mas sim uma alternativa de prevenção e tomada de medidas por meio do fornecimento de informações do DNA. Os testes frequentemente são enfrentados por discussões éticas e são considerados polêmicos, tendo em vista que provêem informações que em muitos casos não esclarecem se uma doença com variante detectada deve ser motivo de preocupação ou se chegará a se desenvolver. Quase todas as clínicas que prestam esse serviço aconselham que o paciente busque aconselhamento genético à parte após a realização do exame, o que proporcionará um esclarecimento maior sobre os resultados.

Com a popularização do exame, a maior preocupação dos críticos do Mapeamento Genético aumenta: o fornecimento de informações sigilosas de pacientes submetidos aos testes à empresas privadas. O embasamento da tese vem de investimentos suspeitos como o realizado pela Google em empresas americanas do setor, que receberam cerca de 3,9 milhões de dólares apenas em 2007. Na era em que os gigantes da tecnologia se interessam mais por dados pessoais do que de fato por dinheiro, um banco mundial de informações genéticas da população teria seu valor.

Compartilhar esse arquivo
Share on Facebook
Facebook
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin
Autor

Instituto Ortomolecular

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos marcados são obrigatórios.