Moringa: A “Árvore Milagrosa” que pode combater a fome

De alto valor nutricional, a Moringa, conhecida cientificamente como Moringa oleifera é uma das 13 espécies mais comuns de plantas da família Moringaceae, originárias da Índia. Após alcançar a África, Europa e Estados Unidos, a Moringa chegou ao Brasil através do agrônomo Warwick Estevam Kerr, que recebeu as sementes da planta de um amigo americano. Por se adaptar facilmente a ambientes tropicais, as primeiras mudas no nosso país logo de desenvolveram e geraram frutos por volta da década de 90. No sertão nordestino, a planta recebeu o nome de Lírio Branco ou Acácia Branca.

Por tolerar bem solos pobres e secos, a Moringa é considerada de cultivo fácil. Quando adulta, ela chega a alcançar de 8 a 12 metros de altura rapidamente. A propagação se dá principalmente através de sementes que começam a germinar após 9 dias de plantio. Também pode ocorrer através de mudas. Todas as partes da Moringa podem ser aproveitadas e utilizadas de diversas formas. Suas folhas verdes pálidas, de sabor picante semelhante ao agrião, podem ser refogadas, consumidas em chás ou em forma de pó em cápsulas. As flores da planta, que costumam ser grandes, perfumadas e de cor branca a creme, são utilizadas na produção de mel, por florescerem durante todo o ano e ainda podem ser consumidas em preparações ou chás. Os frutos são vagens de cor verde a marrom, que quando secos se quebram e liberam de 10 a 20 sementes. Quando verdes, podem ser cozidos e consumidos como feijões.

Das sementes extrai-se um óleo com benefícios parecidos com o azeite de oliva. Há relatos que os romanos, gregos e egípcios extraíam das sementes da Moringa um óleo que era utilizado na fabricação de perfumes. Apesar das raízes jovens serem apropriadas para o consumo por possuírem uma boa reserva energética, quando secas não podem ser ingeridas. Inclusive pode apresentar efeito abortivo. Por ser uma planta floculante e coagulante, em muitos países a Moringa é utilizada para purificar a água. Pesquisadores do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade de Minas Gerais comprovaram o fato. As sementes da planta maceradas são misturadas a água e após 90 minutos já é possível observar que cerca de 99% dos sedimentos acumulam no fundo. Depois desse processo basta filtrar. Três sementes colhidas recentemente já são o suficiente para purificar 1 litro de água imprópria para o consumo.

O valor nutricional da Moringa depende muito do preparo, porém estudos que tiveram início a partir da década de 70 revelaram que ela chega a conter cerca de 92 nutrientes. Além disso, a planta apresenta sete vezes mais Vitamina C que a laranja, quatro vezes mais Vitamina A que a cenoura, duas vezes mais Proteína que o iogurte, quatro vezes mais Cálcio que o leite de vaca, três vezes mais Ferro que o espinafre e três vezes mais Potássio que a banana. Justamente por suas características únicas, a Moringa é conhecida como “Árvore Milagrosa” ou “Carne Verde”. 100 gr da planta chegam a conter 27 gr de proteína, valor superior a maioria dos peixes. Na medicina, a Moringa já foi utilizada na prevenção de cerca de 300 doenças, principalmente relacionadas às suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antibacterianas e redutoras de colesterol.

Em países do continente africano como a Etiópia, a Moringa é uma das bases da alimentação, combatendo a fome e a desnutrição. Pelo mesmo motivo, existem diversos projetos no Brasil que visam introduzir a Moringa na merenda escolar das escolas públicas. Na indústria farmacêutica já é possível encontrar cápsulas da planta em uma concentração de 500 mg. A ingestão recomendada pela maior parte dos fabricantes é de cerca de 4 cápsulas diárias, juntamente às refeições, 2 pela manhã e 2 no período da noite.

Por controlar a glicose, pessoas que sofrem com hipoglicemia não devem consumir a Moringa. A ingestão pode baixar ainda mais os níveis de glicose e causar desmaios. A planta é considerada energizante, portanto pessoas que sofrem com distúrbios do sono ou insônia devem consumi-la somente no período do dia. A ingestão do chá em excesso pode causar diarreia por suas propriedades laxativas. Ela também é contra indicada para gestantes por propiciar contrações uterinas prejudiciais ao feto. Por todos esses motivos, apesar de ser uma planta extremamente nutritiva, para obter todos os benefícios da Moringa de forma segura o ideal é buscar primeiro aconselhamento médico.

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Autor

Instituto Ortomolecular

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