Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2019 até o ano de 2030, os casos de diabetes, que hoje afetam cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo, irão dobrar se medidas de controle e prevenção da doença não forem tomadas. A diabetes é uma doença grave que pode ser de origem genética ou não, e pode se tornar crônica. As estatísticas mostram que atualmente cerca de 5% das mortes anuais são causadas por essa doença, e, além disso, aproximadamente 80% dos pacientes afetada pela diabetes vivem em países de baixa renda, onde o acesso ao tratamento e aos medicamentos é mais caro e difícil.
A diabetes tipo 1 é uma condição genética/auto-imune e é o caso menos freqüente da doença, sendo que para o tipo 1 não existe medida de prevenção, mas somente tratamento com uso diário de doses de insulina, uma vez que o corpo produz pouca ou nenhuma quantidade dessa substância. Já a diabetes tipo 2 ocorre, segundo alerta a OMS, devido a fatores de risco como má alimentação e obesidade, que fazem com que o corpo adquira resistência à insulina e, atualmente, cada vez mais crianças e adolescentes estão sendo acometidos por essa doença. Para esses casos de diabetes tipo 2, mudanças de hábitos alimentares, dietas clínicas como a cetogênica e práticas regulares de exercícios físicos podem reverter o quadro.
A situação de quem depende da insulina para sobreviver nos EUA
Em um artigo publicado no jornal norte-americano The Washington Post são revelados os altíssimos preços das injeções diárias de insulina, necessárias para um paciente com diabetes tipo 1 sobreviver e como nos Estados Unidos esses valores elevados estão custando a vida de alguns doentes. Segundo o jornal, o mesmo frasco de insulina que em 2001 custava cerca de 35 dólares americanos atualmente custa 270 dólares, o equivalente a 1.100 reais. Esse mesmo medicamento custa em média US $ 67 no Canadá, US $ 60,90 na Alemanha e US $ 46,60 na França, posicionando os EUA como um dos países com a insulina mais cara do mundo, em razão da falta de concorrência e do lobby de empresas farmacêuticas no país.
A situação dos diabéticos no Brasil
No Brasil, a OMS estima que, até 2030, os portadores de diabetes chegarão a 17,6 milhões na idade adulta, duas vezes mais que os atuais 7,3 milhões. Felizmente, os brasileiros contam com a distribuição gratuita de insulina pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, diferentemente dos norte-americanos, conseguem manter seu tratamento. Insulina de alta tecnologia é oferecida pelo SUS, com efeito prolongado e de formulação análoga à substância natural humana, com origem 100% nacional, mantendo os custos baixos e possibilitando a distribuição gratuita para a população.
Se, em algum momento, a insulina no Brasil deixar de ser gratuita, pode-se esperar casos extremos como os encontrados no Estados Unidos. Uma vez que os custos repassados com encargos poderão ser abusivos e controlados por grandes empresas, é natural que a população mais pobre não seja capaz de arcar com seu tratamento. Uma vez que a insulina é um medicamento que garante a vida para aqueles que sofrem com diabetes, cabe à população cobrar de seus governantes para que esse medicamento permaneça na lista de distribuídos pelo SUS.