Probióticos podem prevenir o declínio cognitivo

O intestino é reconhecido, desde os primórdios da medicina clássica, como sendo o “segundo cérebro” do ser humano, pois segundo especialistas e estudiosos depois do cérebro é o intestino o responsável por regular todo o organismo e fazer a manutenção do equilíbrio físico, mental e até emocional. Atualmente, com o avanço da medicina moderna cada vez mais comprova-se que o intestino tem papel fundamental na saúde do ser humano: um estudo publicado na  Frontiers in Aging Neurocience em 2016 revela que a manutenção de uma flora intestinal saudável a partir do uso de probióticos previne o surgimento de doenças que promovem o declínio cognitivo e melhora a cognição de pessoas com algum quadro de degeneração mental.

A pesquisa que comprovou a eficiência dos probióticos para a saúde mental foi realizada nos EUA com 60 pacientes diagnosticados com Alzheimer. Parte dos pacientes recebeu placebo (componente simulando um remédio mas que não possui efeito algum, geralmente é uma mistura de farinha de trigo e açúcar) e outra parte recebeu um produto lácteo probiótico para ser consumido, composto por várias cepas de bactérias benéficas para a saúde da flora intestinal. Durante todo o período de experimentação os pacientes foram submetidos a testes cognitivos e a exames clínicos para verificar as taxas de c-reatina, componente que indica a inflamação típica da doença neurodegenerativa.

Os resultados dos testes ao final da pesquisa foram impressionantes e surpreenderam até os pesquisadores. O neurologista Dr. David Perlmutter, um dos responsáveis pela pesquisa, relatou emocionado com as descobertas “(…)não apenas o declínio mental deles foi interrompido, como esses indivíduos recuperaram a função cerebral! A mensagem aqui é que a inflamação é diretamente determinada pela saúde e diversidade de nossas bactérias intestinais, e isso tem implicações importantes em termos de saúde do cérebro, função e resistência a doenças”. Com as conclusões dessa pesquisa e com outras descobertas posteriores, tanto os pesquisadores quanto médicos se tornaram unânimes em reconhecer que o intestino e o cérebro são intimamente ligados um com o outro no desempenho de funções e na manutenção da saúde do organismo, sendo esse o fato que garante que uma plena saúde intestinal promova também uma plena saúde mental.

Como os probióticos atuam na prevenção e tratamento do Alzheimer 

Pessoas acometidas pela doença de Alzheimer possuem perda cognitiva severa e gradual que ocasiona o óbito precoce. Os declínios mentais estão diretamente associados a uma substância danosa chamada beta amilóide, sendo que esta é a causadora de boa parte da degeneração da doença. Em 2017, uma pesquisa identificou que pacientes com consumo recorrente de probióticos, principalmente com uma cepa conhecida como A1, tiveram melhora em suas funções mentais, isso ocorreu pois o A1 provocou um efeito de redução na toxidade do beta amilóide dos pacientes e fez com que a degeneração se tornasse menos agressiva.

Em 2018 um artigo intitulado “Probióticos para prevenir o comprometimento cognitivo na doença de Alzheimer” defendeu a tese sobre os benefícios dos probióticos para o controle e tratamento do declínio cognitivo bem como sua importância como forma de prevenir o Alzheimer. Segundo o artigo os probióticos evitam o processo de neurodegeneração pois:

  1. Modulam processos inflamatórios no organismo;
  2. Combatem a oxidação proveniente do estresse;
  3. Possuem ácidos graxos de cadeia curta que são benéficos ao sistema nervoso central;
  4. Alteram a composição da flora intestinal melhorando a patogênese.

O artigo descreve ainda que as alterações na flora intestinal, alterações essas que promovem a entrada de organismos estranhos, patógenos, que aumentam a permeabilidade do intestino, são responsáveis por desequilibrar a atuação do eixo intestino-cérebro, e promovem maior risco de ocorrência da doença de Alzheimer. Outra desordem no intestino que pode desencadear a doença neurodegenerativa é a infecção por Enterobacteria. É importante ressaltar que todas essas desordens podem ser atenuadas com o estabelecimento de uma flora intestinal saudável, principalmente por meio dos probióticos.

Todas as pesquisas comprovam que os probióticos recuperam a saúde do intestino estabelecendo uma flora intestinal saudável, e isso previne doenças degenerativas como o Alzheimer. Mas afinal, o que é flora intestinal? A flora, ou microbiota intestinal, é composta por inúmeros microorganismos vivos, principalmente bactérias benéficas, que habitam o intestino humano. Tais seres vivos ajudam a regular e auxiliar o processo de absorção de nutrientes e liberam determinadas substancias provenientes de fermentação que ajudam no bom funcionamento do corpo. Esse ambiente vivo no intestino se estabelece logo após o nascimento e se modifica ao longo da vida do indivíduo, sendo regulada e mantida, principalmente, através da alimentação.

Além de prevenir doenças neurodegenerativas, a manutenção de uma flora intestinal saudável evita diversas outras doenças, como o câncer. Para isso, manter hábitos alimentares saudáveis, consumir produtos lácteos fermentados e probióticos específicos são atitudes que devem ser tomadas por todos aqueles que querem evitar doenças e manter um estilo de vida equilibrado e saudável.

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Autor

Instituto Ortomolecular

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