A Quercetina é um tipo de flavonóide natural presente em alimentos como a cebola, maçã, couve e brócolis. Ela representa cerca de 95% dos flavonóides totais ingeridos na alimentação humana. Seu consumo atinge de 50 a 500 mg por dia.
Além de proporcionar cor aos alimentos, a atuação dos flavonoides como substância antioxidante tem sido intensamente estudada. Sabe-se que os antioxidantes agem de forma inibir a formação e a ação de moléculas instáveis, conhecidas como radicais livres. Essas moléculas podem atingir constituintes celulares como lipídios e proteínas, causando danos em células saudáveis.
O excesso de radicais livres no organismo pode favorecer o estresse oxidativo e consequentemente o envelhecimento e morte precoce de células e tecidos pelo corpo. Os danos podem ocorrer a nível do DNA, modificando o desenvolvimento celular ou os mecanismos de morte celular programada, podendo desencadear a proliferação descontrolada de células, características de tumores e neoplasias.
A literatura mostra que existem numerosos benefícios relacionados à ingestão da Quercetina. Seu efeito anti-inflamatório proporciona melhora nos quadros de doenças como a artrite, sinusite e bronquite, doenças cardiovasculares e endoteliais. Esse mecanismo de ação se dá por inibição de citocinas inflamatórias específicas que ficam exacerbadas em determinadas doenças. É possível inclusive observar melhora na circulação sanguínea e na saúde vascular, levando em consideração que os vasos sanguíneos são estruturas que sofrem com o estresse oxidativo e reverberam diversos problemas como varizes, trombose, parestesia e úlceras.
Apesar de serem essenciais na saúde do organismo, a maioria das pessoas ingere apenas 40 mg por dia através da alimentação, uma quantidade insatisfatória para conseguir obter seus benefícios. Nesses casos a suplementação pode ser muito útil, em doses de 400 a 500 mg por cápsula, criando ingestão relevante para que o flavonóide seja capaz de desempenhar suas atividades anti-inflamatórias e anti-oxidantes. Alguns estudos têm demonstrado que esse flavonóide possui efeito sinérgico na função antioxidativa quando associado à Vitamina C. Por isso é muito comum encontrar no mercado suplementos de Quercetina com Vitamina C na composição. Os estudos que avaliaram a dosagem segura desse flavonóide, sugerem ingestão de 500 mg duas vezes ao dia, por cerca de 12 semanas.
Apesar da superdosagem ser considerada rara, a ingestão de grandes quantidades de Quercetina ou de qualquer outro antioxidante pode atrapalhar ou inibir a produção endógena que nosso organismo desempenha. Além disso, o excesso do consumo pode vir a desenvolver efeito contrário, favorecendo a formação de moléculas oxidativas. A Quercetina pode inclusive diminuir a velocidade de metabolização de medicamentos pelo fígado, aumentando seus efeitos colaterais. Podem ser observados sintomas gastrointestinais como azia e refluxo, rigidez nas articulações, formigamento nos membros, dores de cabeça e danos renais.
A ingestão não é recomendada por gestantes e lactantes, embora não tenham sido comprovados efeitos adversos significativos nesses casos. O ideal é que um profissional qualificado avalie a situação e determine a necessidade da suplementação, assim como as doses diárias recomendadas.