Romã: Envolto de superstições e rico em benefícios à saúde

Originária das regiões da Pérsia e do Irã há cerca de 2.000 a.C, a Romã, é o fruto da Romãzeira, que por suas características estéticas e propriedades logo conquistou a Ásia e as Américas. Envolto em crendices e lendas, a Romã é muito utilizado em simpatias, principalmente na virada de ano. Símbolo da Prosperidade e da Fartura, suas sementes servem como verdadeiros talismãs e devem ser levadas dentro da carteira.

Sua denominação botânica, Punica granatum, vem do latim “pomum granatus”, que significa “maçã com sementes”. A planta que pertence há família Punicaceae apresenta-se como uma árvore que tem preferência por climas quentes e secos, e que pode atingir até 8 metros de altitude. Suas folhas são verdes brilhantes, seu tronco denso e levemente retorcido, suas flores são extremamente belas e de tons alaranjados, e seus frutos amarelos ou avermelhados, de polpa gelatinosa, sabor levemente ácido e adocicado, com mais de 600 sementes em seu interior. Exatamente por esse motivo, a Romã é em muitas culturas um símbolo sagrado de fertilidade. 

Diferente de muitas plantas, da Romãzeira todas as partes são aproveitadas. Além gerar um delicioso suco que quando consumido com frequência reduz os sintomas da menopausa em mulheres, seus frutos podem fornecer propriedades únicas, que já vinham sendo exploradas por Hipócrates em 400 a.C. para problemas estomacais e febre. Com características adstringentes, a Romã atua na vasoconstrição dos tecidos. É ainda um dos alimentos mais ricos em manganês, essencial no funcionamento cerebral e do sistema nervoso.

Suas altas concentrações de Vitamina A e C atuam reforçando a imunidade e melhorando a síntese de colágeno no organismo, que contribui no aspecto da pele, cabelos e unhas. A Romã possui também quantidades consideráveis de minerais como Ferro, Cálcio, Magnésio e Zinco, além de Vitamina B2 ou Riboflavina, que age diretamente no funcionamento correto do metabolismo.

A Romã tem um grande potencial como antioxidante. Com mais Flavonóides que o próprio chá verde, ele pode colaborar na longevidade impedindo o desenvolvimento de células cancerígenas e evitando o acometimento do cérebro por doenças neurodegenerativas. A partir das sementes do fruto é extraído um óleo que pode ser utilizado como rejuvenescedor da pele, presente em muitos cosméticos do mercado. O Ácido Málico presente na Romã reduz as dores em doenças como a fibromialgia, enquanto o Ácido Elágico atua protegendo os tecidos de danos externos. 

Alguns estudos tem relacionado o consumo do fruto com o aumento da produção de Óxido Nítrico, o neurotransmissor responsável pela ereção. Os pesquisadores acreditam que a Romã possa auxiliar inclusive na normalização dos níveis de testosterona e na melhoria do fluxo sanguíneo na região do pênis, vislumbrando no fruto a extração de princípios ativos naturais para essa finalidade.

Seus benefícios não param por aí. Amplamente empregado como anti-inflamatório natural, o conhecimento popular sugere que para dores de garganta seja feito um gargarejo do chá das cascas do fruto. O chá também se mostra eficaz para verminoses e para o tratamento de dermatites. Consumir Romã frequentemente reduz os níveis de LDL (colesterol ruim), protege o fígado de toxinas e acelera o metabolismo, contribuindo na perda de peso.

No Brasil seu consumo se dá, em grande parte, por meio das sementes e do suco do fruto, entretanto, em outros países como no Oriente Médio, a Romã é utilizada para compor pratos salgados, na decoração de alimentos e para compor recheios ou molhos de carnes e peixes.

São raros os casos de alergia ou intoxicação no consumo da Romã, sendo contra indicado apenas para pessoas que possuam algum tipo de sensibilidade estomacal, gastrite ou úlceras, tendo em vista que o fruto pode potencializar o quadro pela redução do pH no órgão.

Seu alto teor de alcalóides, substância presente principalmente nas cascas dos frutos e nas raízes da planta e que tornam a Romã um vermífugo eficaz, pode causar intoxicação alimentar pela ingestão excessiva. O consumo moderado da Romã é seguro e pode auxiliar o funcionamento do organismo de diversas maneiras. Embora seja um fruto incomum e pouco explorado no nosso país, vale a pena inseri-lo na alimentação e garantir seus benefícios para toda a família.

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Autor

Instituto Ortomolecular

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