Spirulina

Anteriormente classificada como Cyanophita, grupo de algas verde-azuladas, a Spirulina pertence na verdade ao grupo das Cyanobacterias, microrganismos unicelulares que podem unir-se formando estruturas filamentosas similares ao plâncton. Encontrada exclusivamente em lagos alcalinos com pH entre 7 e 10, a Spirulina também necessita da presença de carbonato e bicarbonato para um desenvolvimento pleno. No Brasil, o Pantanal é o ambiente ideal para essa Cyanobacteria. A Spirulina demonstra grande resistência ao meio, sobrevivendo à escassez de água e altas temperaturas, de até 70ºC. Por esse motivo, acredita-se que ela tenha sido uma das primeiras formas de vida do planeta, já que há séculos vem sido utilizada por muitos povos. Existem relatos de que na pré-história tribos coletavam e consumiam a Spirulina em forma de uma massa gelatinosa.

A comercialização da Spirulina como suplemento alimentar é permitida na maioria dos países, inclusive no Brasil, desde que haja registro do produto nos órgãos competentes. Ela pode ser encontrada em pó, em comprimidos ou em cápsulas. O cultivo é realizado em lagos artificiais, na presença de luz natural e pás giratórias que mantém a água em movimento. Após o coleta, o material passa por uma secagem até se transformar em um pó fino. Os maiores produtores mundiais são os Estados Unidos, Tailândia, Índia, Taiwan, China e Grécia.

Amplamente consumida por vegetarianos e veganos devido ao seu alto valor proteico, a Spirulina é também considerada uma das maiores fontes de Vitamina A e ferro absorvível da natureza, além de outras vitaminas e minerais como cálcio, fósforo, magnésio, zinco, cromo e manganês. O conteúdo proteico desse super alimento chega a representar cerca de 60 a 70% do seu peso seco. Diferente de outras fontes, as proteínas presentes na Spirulina possuem alta digestibilidade, alcançando surpreendentes 70%.

Rica em clorofila, vitaminas B, E, D, K e antioxidantes, ela foi classificada pela Organização das Nações Unidas, (ONU) em 1974 como o “Alimento do Futuro”, com grande potencial para atuar contra a desnutrição. Pelos mesmos motivos a NASA passou a introduzir a Spirulina na alimentação de seus astronautas, já que o alimento ocupa pouco espaço e pode suprir as necessidades diárias de micronutrientes.

Dentre os benefícios que a Spirulina pode oferecer, os principais são seus efeitos antioxidantes, que combatem os radicais livres, prevenindo o câncer e o envelhecimento precoce. Atua também como um potente anti-inflamatório reduzindo a dor em quadros crônicos. Por ser rica em ferro, a Spirulina combate a anemia, quando a mesma ocorre por deficiência desse mineral. Ela age como um desintoxicante do organismo, eliminando metais pesados. Aumenta a imunidade, impedindo a proliferação de fungos como a candida albicans e de infecções virais comuns como a gripe.

Em pessoas que sofrem com crises alérgicas, a Spirulina atua inibindo a liberação de histaminas, diminuindo os sintomas de congestão nasal, coceira e coriza. Ela também reduz os níveis de glicose na corrente sanguínea em indivíduos diabéticos podendo ser associada ao tratamento e aumenta a elasticidade dos vasos, reduzindo a pressão arterial. O aumento de HDL e melhora do perfil lipídico também já foram observados em pessoas que fazem o uso contínuo da Spirulina. Estudos demonstraram que ela atua como um prebiótico, aumentando a quantidade de Lactobacillus presentes do intestino, o que colabora na absorção de nutrientes de modo geral e no melhor funcionamento do órgão. Tem ainda capacidade de aumentar a liberação de serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem estar.

A dose recomendada para indivíduos saudáveis é de cerca de 3 a 4 gramas por dia, entre as refeições diurnas ou logo ao acordar. As cápsulas geralmente são mais toleradas, enquanto o alimento em pó pode apresentar sabor e cheiro residual pronunciado. Nesse caso pode ser adicionado em sucos, vitaminas, smoothies e inclusive no preparo de massas e sorvetes. O mais importante ao adquirir a Spirulina é atentar-se a procedência do produto, pois dependendo do local e do modo de cultivo pode haver contaminação, causando náuseas e mal estar. Por isso é crucial verificar se há registro da marca nos órgãos regulamentadores.

A Spirulina pode apresentar interações medicamentosas relacionadas a alguns anticoagulantes e anti-inflamatórios. Caso, por algum motivo específico, seja feito o uso desses medicamentos a longo prazo, é necessário que haja uma avaliação médica para determinar se a ingestão é segura. Não é recomendado que gestantes, lactantes ou crianças façam uso do produto. Pessoas com doenças auto imunes como esclerose múltipla, lúpus e artrite reumatoide devem evitar a Spirulina, pois o estímulo do sistema imunológico pode agravar o quadro.

Alguns efeitos colaterais podem ocorrer, principalmente nos primeiros dias de ingestão, devido à adaptação do organismo. Os mais comuns são insônia, aumento da temperatura corporal, fezes escurecidas ou esverdeadas e sede excessiva. Ao observar qualquer sinal de alergia como erupções na pele e manchas avermelhadas, é necessário suspender o uso e buscar orientação médica.

Avisadas as contra-indicações, a Spirulina tem grande projeção no aumento da qualidade da alimentação. De tribos pré-históricas até astronautas, a Spirulina poderia facilmente fazer parte de um filme do Stanley Kubrick. Deixe seus comentários abaixo sobre sua experiência com esse poderoso suplemento alimentar.

Compartilhar esse arquivo
Share on Facebook
Facebook
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin
Autor

Instituto Ortomolecular

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos marcados são obrigatórios.