O estresse foi necessário para a evolução do ser humano: quando ativado esse mecanismo do organismo nos permite correr, capturar presas ou fugir de predadores (o chamado resposta de fuga ou luta). Todavia, nossas ameaças atualmente são outras: brigas no trânsito; prazos impossíveis no trabalho; pressão familiar e a lista só continua… Infelizmente fugir ou lutar não são as respostas mais indicadas nessas situações, por isso o estresse passou a ser identificado como um vilão indesejado.
Existem muitas alternativas para aliviar o estresse, como a prática de atividades físicas, a convivência em um ambiente harmonioso em casa, a inclusão de meditação e lazer na rotina, etc. Em um mundo ideal o estresse não existiria mais, correto? Na realidade, um mundo sem estresse poderia matá-lo, segundo o que afirmam estudos recentes.
Vamos a definição de estresse, segundo a revista americana Psychology Today: “estresse é a desconexão percebida entre o que está acontecendo e seus recursos para lidar com a situação”, ou seja, podemos ficar nervosos com ameaças reais ou imaginárias, e isso normalmente ocorre pela própria incapacidade de lidar com a situação.
Altas doses de estresse, especialmente quando constantes, é tóxica e pode paralisar a pessoa frente a resolução dos problemas ou gerar atitudes indesejáveis, além de acarretar em uma série de problemas correlacionados. Entretanto, uma dose baixa pode auxiliar na formação da resiliência e na resistência da saúde mental.
O estresse também é um motivador, por exemplo, a pressão social por boas notas na escola pode incentivar o aluno a estudar. Uma pesquisa da Universidade Johns Hopkins envolvendo 137 mulheres grávidas constataram que aquelas que sofreram doses leves de ansiedade a agitação tiveram bebês melhores desenvolvidos. Embora a amostragem seja pequena e outros fatores não foram isolados este pode ser um indicativo sobre a melhora da capacidade física com o estresse.
Outro estudo que traz benefícios do estresse foi realizado pelo Stowers Institute for Medical Research realizado com leveduras, esta pesquisa descobriu que o estresse da cromatina desencadeia uma resposta celular que pode levar a uma vida mais longa. Este experimento percebeu que resposta à ruptura da cromatina na levedura mudou a ativação para genes que eventualmente promoveram a longevidade das células de levedura. Esse estresse também ocorreu em outros organismos, incluindo um verme de laboratório e mosca da fruta, bem como células-tronco embrionárias de camundongo, todas promovendo a longevidade.
Como pode-se perceber, um pouco de estresse é benéfico, mas esta realidade está longe do que vivenciamos atualmente, onde a maior parte da população sofre com estímulos que extrapolam o ideal, o que gera problemas físicos e mentais. Para as frustrações do dia-a-dia o ideal é buscar alternativas para relaxar e conseguir lidar melhor com os problemas. Seja através de práticas diárias ou com o auxílio de um terapeuta, o importante é entender que até sentimentos negativos tem impacto e espaço na saúde. O foco está em viver de uma forma melhor no cenário presente, não em um mundo ideal.